sábado, 10 de abril de 2010

1 -



Ondas do mar de vigo


se uistes meu amigo. E ay


deus se uerra cedo.



Ondas do mar leuado


se uistes meu amado.


E ay deus se uerra cedo.



Se uistes meu amigo


o por que eu sospiro.


E ay deus se uerra cedo.



Se uistes meu amado


por que ei gñ coidado.


E ay deus se uerra cedo.




ArribaAbajo

2 -



Mandadei comigo ca uen meu


amigo. E irei madr a uigo.



[C]omig ei mandado.


ca uen meu amado.


E irei madr a uigo.



Ca uen meu amigo.


e uen san e uiuo.


E irei madr a uigo.



Ca uen meu amado.


e uen uiu e sano.


E irei madr a uigo.



Ca uen san e uiuo.


e del rei amigo.


E irei madr a uigo.



Ca uen uiuo e sano.


e del rei priuado.


E irei madr a uigo.




ArribaAbajo

3 -



Mia yrmana fr[emosa treides]


comigo. a la ygreia de ui[go u e o]


mar salido E miraremos las ondas.



Mia yrmana fremosa treides de grado.


a la ygreia de uigo u e o mar leuado.


E miraremos las ondas.



A la ygreia de uigou e o mar leuado.


e uerra y mia madre o meu amado.


E miraremos las ondas.



A la ygreia de uig u e o mar salido.


e uerra y mia madre o meu amigo.


E miraremos las ondas.




ArribaAbajo

4 -



Ay de se sab ora meu


amigo. comeu senneira estou


en uigo. E uou namorada.



Ay de se sab ora meu amado.


comeu en uig [sen]neira manno.


E uou nam[orada].



Comeu sennei[ra estou e]n uigo


e nullas gar[das]ñ ei comigo


E uou me namorada.



Comeu senneira en uigo manno


e nullas gardas migo ñ trago


E uou namorada.



E nullas gardas nõ ei comigo.


ergas meus olhos chorã migo.


E uou. namorada.



E nullas gardas migo ñ trago


ergas meus ollos chorã ambos


E uou namorada.




ArribaAbajo

5 -



Quantas sabedes amar


amigo. treides comig alo mar


de uigo. E bannar nos emos


[nas ondas].



[Quantas sabedes damor] amado.


[treides comigo ao] mar leuado.


[e banar no]s emos. n. o.



[Treides comigo] alo mar de uigo.


e [uere]mo lo meu amigo.


e bannar nos emos. n. o.



Treides mig alo mar leuado.


e ueeremo meu amado


e bannar nos emos. n. o.




ArribaAbajo

6 -



Eno sagrado en uigo. bay


laua corpo uelido. Amor ei.



Eu uigo no sagrado.


baylaua corpo delgado. amor ei.



Baylaua corpo delgado


nunc ouuer amado. Amor ei.



Bailaua corpo uelido,


nunc ouuer amigo. Amor ei.



Que nunc ouuer amigo.


ergas no sagraden uigo. Amor ei.



Que nunc ouuer amado.


ergas en uigo no sado. Amor ei.




ArribaAbajo

7 -



[A]y ondas que eu uin


ueer se me saberedes


dezer por que tarda meu


amigo s m.



[A]y ondas eu u mirar


se me saberedes contar


por . t. m. a. s. m.

Aluno: Pablo Uale


As Originais







Poesia Trovadoresca:
Fac-símile do Pergaminho Vindel (que contém as sete cantigas de Martim Codax e se encontra agora nos Estados Unidos).


terça-feira, 6 de abril de 2010

Uma imagem = Mil palavras


O Auto


Titulo: O Auto da barca do inferno
Este é mais um daqueles livros escolares que, por mais que a gente não queira, somo obrigados a ler, mas vamos ao que interessa.

Visão Geral
O Auto da Barca do Inferno é uma alegoria dramática (representação de bem e mal) de Gil Vicente, representada pela primeira vez em 1517.
Os especialistas classificam-na como moralidade (relativa aos costumes morais), ainda que muitas vezes se aproxime da farsa.
Em suma a história fala da disputa de almas entre um anjo, o que conduz a Barca da Glória, e o Diabo, que conduz a Barca do Inferno.
Recebeu o nome de "Barca do Inferno", porque quase todos os candidatos às duas barcas em cena seguem na primeira depois de serem julgados.
O Auto divide-se em cenas nas quais de cada vez que entra uma nova personagem.

Resumo
A peça começa num porto onde se encontram as duas barcas, a Barca do Inferno, composta pelo Diabo e o seu Companheiro, e a Barca da Glória, composta por um Anjo.
Além deles há os julgado, que são:
? Um Fidalgo, D. Anrique;
? Um Onzeneiro (um agiota);
? Um Sapateiro de nome Joanantão;
? Joane, um Parvo, tolo, vivia simples e inconscientemente;
? Um Frade cortesão, Frei Babriel, com a sua "dama" Florença;
? Brísida Vaz, uma alcoviteira;
? Um Judeu usurário chamado Semifará;
? Um Corregedor e um Procurador, altos funcionários da Justiça;
? Um Enforcado;
? Quatro Cavaleiros que morreram a combater pela fé.

Cada um deles discute com o Diabo e o Anjo, mas somente os Quatro Cavaleiros e o Parvo entram na Barca da Glória, todos os outros vão para o Inferno. O Parvo fica a todo o momento no cais para animar a cena e ajudar o Anjo a julgar os outros personagens.
O texto de Gil remete para o julgamento entre os "bons" e os "maus" também fazendo certa inclinação à sociedade portuguesa da época.

O Autor

Gil Vicente nasceu em mil, quatrocentos e sessenta e sei lá quando e morreu em mil, quinhentos e trinta e sei lá quando, considerado o primeiro grande dramaturgo português, foi poeta e há quem o identifique com o vendedor e comprador de ouro
Enquanto homem de teatro, também se passou por de músico, ator e encenador. É considerado como o pai do teatro português, ou mesmo do teatro ibérico já que também escreveu em castelhano.
A obra vicentina é tida como reflexo da mudança dos tempos e da passagem da Idade Média para o Renascimento (ou simplesmente de um reinado para outro), fazendo referencia de uma época onde as hierarquias e a ordem social eram regidas por regras inflexíveis e incontestáveis que, por acaso, passaram a ser questionadas.
Ele também foi o principal representante da literatura renascentista portuguesa, anterior a Camões (isso só mostra o quanto ele é velho antigo), incorporando elementos populares na sua escrita que influenciou a cultura popular portuguesa.

Perfil

Nome: Raveni J. Silva
Idade: 14 anos
Origem: Caetité
Maior qualidade: ainda não descobri
Maior defeito: meu genio
Série: 1º ano
Escola: Ciec
Hobbies: escrever
Coisa que faz nas horas vagas: ler
Bandas favoritas: My Chemical Romance, The Killers, A.F.I., Green Day, Avenged Sevenfold, 30 Seconds To Mars, Metallica, Oasis, Picture Me Broken, Silverstein, Fall Out Boy, Taking Back Sunday, The Devil Wears Prada, System Of A Down, The Cure, The Fray, The Icarus Account(Acoustic), The Used, Evanescence, Lacrimosa, Lacuna Coil, Foo Fighters, Nickelback, Brothers At Sea, Creed, Alter Bridge, Escape The Fate, A Bird A Sparrow, Suicide Silence, Alesana, Seabird, Save Us For Summer, Red Hot Chili Peppers, Placebo, Pearl Jam, Parachute, Nirvana, Nightwish, Lostprophets, The Juliana Theory and more…
Livros favoritos: a coletânea de Harry Potter(JK Rolling), a assassinato do expresso do oriente(Agatha Christie), a saga de senhor dos anéis( Tolkien) e a saga das Crônicas de Nárnia
Filmes favoritos: se for de terror ou épico e bom, pra mim está bom
O que adora: aprender a tocar instrumentos, como guitarra e bateria.
O que odeia: ter de conviver com o fato de que o mundo pareci não ter mais volta
O que odeia em si mesma: nada em particular
O que odeia nos outros: mentiras, luxúria, falsidade, pagode (nada contra quem ouvi) e Funk, ser acordada aos berros, pessoas egocentricas, filmes do Jet Lee e mais algumas coisas que não me lembro agora...
Quem mataria sem dó: quem tentasse me ameaçar e mais um monte de gente que merece morrer
Por quem daria vida: pela mina família e quem mais merecesse
Melhores amigos(as): ninguém é compatível comigo!
Fale um pouco de você: nada quem seja necessário dizer agora.

Auto da Barca do Inferno

Auto da Barca do Inferno

Nome: Jamile Gisele Gama Leão
Idade: 14 anos
Cidade: Caetité – Bahia
Escola: Centro Integrado de Ensino de Caetité.

BLOG:
Gostei dessa ideia do blog contendo informações sobre os livros que lemos, pois, dessa forma, não deixa a aula cansativa com provas sobre a obra. Além disso, os visitantes do blog terão conhecimento sobre alguns livros que irão ler.

OBRA:
Ao começar a ler o livro não estava entendendo nada, pois, o livro como está na forma de peça teatral complicou a leitura.
Pelo fato de Gil Vicente ter escrito o livro há bastante tempo, as personagens falam um português variadíssimo. Falam também o espanhol, mais ocasionalmente falam o saiaguês e um latim de uso eclesiástico ou jurídico, muito debochado e humorístico.

O teatro dele é em versos rimados e usa versos em redondilhas (versos de sete ou cinco sílabas poéticas).

No livro “O Auto da Barca do Inferno”, temos uma sequência de quadros em que vemos o Diabo e o Anjo defrontando-se com as almas das pessoas recém-mortas que vão embarcar para a eternidade. Em cada um dos quadros, as personagens representam classes ou grupos sociais. Assim, vemos desfilar diante de nós o fidalgo, os Juízes – Corregedor e Procurador -, a Alcoviteira, o Sapateiro, o Onzeneiro, etc. Todos tentam ir para a barca do céu, mas, o Anjo os rejeita e o Diabo, em saborosos diálogos mostra-lhes que o caminho é o Inferno.
Na obra aparece até um Rei e um Papa que não merecem o paraíso, mas o anjo aceita na Barca do Céu um camponês ignorante que foi por toda a vida explorado por seus senhores.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O Auto

Meu nome é João Vítor, curso o 1º ano do ensino médio no CIEC (Centro Integrado de Ensino de Caetité) e tenho 15 anos.

Algumas características da obra são:


Estilo: obra escrita em versos heptassílabos, em tom coloquial e com intenção marcadamente doutrinária, fundindo em algumas passagens o português, o latim e o espanhol. Cada personagem apresenta, através da fala, traços que denunciam sua condição social.

Estrutura: peça teatral em um único ato, subdividido em cenas marcadas pelos diálogos que o Anjo ou o Diabo travam com os personagens.

Cenário: um ancoradouro, no qual estão atracadas duas barcas. Todos os mortos, necessriamente, têm de passar por esta paragem, sendo julgados e condenados ou à barca da Glória ou à barca do Inferno.

Personagens:
Diabo: condutor das almas ao Inferno, conhece muito bem cada um dos personagens que lhe cai às mãos; é zombeteiro, irônico e bom argumentador. Gil Vicente não pinta o Diabo com responsável pelos fracassos e males humanos; o Diabo é um juiz, que exibe às claras o lado mais recôndito dos personagens, penetrando nas consciências humanas e revelando o que cada um deles procura esconder.
Fidalgo: representante da nobreza. Chega com um pajem, roupas solenes e uma cadeira. É condenado por sua vida pecaminosa, em que a luxúria, a tirania e a falta de modéstia pesam como graves defeitos. A figura do Fidalgo, orgulhoso e arrogante, permite a crítica vicentina à nobreza.
Onzeneiro: usurário que alega ter deixado suas posses em terra; querendo buscá-las, revela seu apego às coisas mundanas. O Diabo não que ele volte à terra para reaver suas riquezas, condenando-o ao fogo do Inferno.
Parvo: simplório, sem malícia, ele escapa ao Inferno, driblando o Diabo. É uma alma pura, cujos valores são legítimos e sinceros, o que o conduz ao Paraíso. Em várias passagens da peça, o Parvo ironiza a pretensão de outros personagens, que se querem passar por "inocentes" diante do Diabo.
Sapateiro: representante dos mestres de ofício, é um desonesto explorador do povo. Chega com todos os aparatos de sua profissão e, habituado a ludibriar os homens, procura enganar o Diabo, que o condena.
Frade: é acompanhado de uma amante. Ele é alegre, risonho, cantante, mas mau-caráter. Crê-se inocente por ser membro da Igreja, por haver rezado e estar à serviço da fé. Ele dá uma lição de esgrima ao Diabo (que finge não saber manejar uma arma), o que prova a culpa do espadachim, já que frades não lidam com armas. A crítica vicentina ao clero é incisiva: os homens da fé não sabem ser pacíficos, verdadeiros e bons.
Brísida Vaz: agenciadora de meretrizes e feiticeira. Ela é conhecida de outros personagens, que utilizaram em vida seus serviços. Inescrupulosa, traiçoeira, cheia de ardis, não consegue fugir à condenação.
Judeu: acompanha-o um bode. Não obedece à doutrina cristã e é detestado por todos, inclusive pelo próprio Diabo. É oportuno ressaltar que, durante o reinado de D. Manuel (época em que viveu o autor), houve uma grande perseguição aos judeus, com o propósito de expulsá-los de Portugal.
Corregedor e Procurador: juiz e advogado, personagens condenados pela imoralidade. Eles faziam da lei uma fonte de ganhos ilícitos e de manipulação de sentenças, dadas conforme as propinas recebidas. A índole moralizadora do teatro vicentino fica bastante patente com mais essa condenação, envolvendo a justiça humana, na figura dos representantes do Direito.
Enforcado: acredita que a morte na forca o redime de seus pecados, equivalendo a um perdão; tal não ocorre e ele é condenado.
Cavaleiros cruzados: como lutaram contra os mouros em prol do triunfo da fé, são conduzidos à barca da Glória.

Comentário: a peça se caracteriza como um auto, designação genérica para peças cuja finalidade é tanto divertir quanto instruir; seus temas, podendo ser religiosos ou profanos, sérios ou cômicos, devem, no entanto, guardar um profundo sentido moralizador.

Impressões

Meu nome é Pablo Max, curso o 1º ano do ensino médio no CIEC (Centro Integrado de Ensino de Caetité) e tenho 14 anos.

O livro Auto da Barca do Inferno para mim é um livro complicado de ser lido e compreendido. Devido ele ter sido escrito no período humanista (1517) , utilizam-se palavras arcaicas e por isso, nós temos que ficar interrompendo a leitura para olhar no vocabulário.
Esteticamente, o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, é uma peça teatral do humanismo português. “Isso significa que é uma obra do período de transição entre a cultura medieval e a renascentista”. Por isso, os vestibulandos devem saber diferenciar os elementos do livro característicos da Idade Média e os do Renascimento.

As referências religiosas, as imagens de Deus e do diabo, por exemplo, são medievais. Já o antropocentrismo e o interesse de Gil Vicente em abordar questões da sociedade humana, construindo os tipos, são do Renascimento.
A estrutura do texto, em versos, era muito comum na Idade Média, e está presente em toda a obra de Gil Vicente. A peça progride com estrutura repetitiva: uma personagem chega ao local onde estão duas barcas, uma que vai para o céu e outra para o inferno. E entra em uma das barcas. Depois, chega outra personagem e faz o mesmo. E assim por diante.

Sobre as personagens é “interessante saber quem é punido e quem é glorificado, porque cada personagem é uma alegoria pra um pecado”. Ele explica que todas as almas têm diversos pecados, mas são punidas de acordo com um único pecado mais simbólico (como a vaidade ou a soberba). Essa exaltação de um só aspecto caracteriza a construção dos tipos, marcantes no Auto da Barca do Inferno.

Apesar de sua dificuldade ele nos repassa varias mensagens literárias como:

TRECHO 1
“Corregedor – Ó arrais dos gloriosos,
passai-nos neste batel!
Anjo – Oh, pragas pera papel
pera as almas odiosos!
Como vindes preciosos,
sendo filhos da ciência!
Corregedor – Oh, habetatis, clemência
e passai-nos como vossos!
Parvo – Hou, homem dos breviários,
rapinastis coelhorum
et pernis perdigotorum
e mijais nos campanários!”

Comentário
Nesse trecho, há uma amostra do realismo lingüístico de Gil Vicente. O Corregedor utiliza termos em latim para se defender. O Parvo faz, então, uma hilariante paródia de seu discurso: “rapinastis coelhorum et pernis perdigotorum”, ou seja, “rapinastes – roubastes – coelhos, pernis e perdizes”.

TRECHO 2
“Anjo – Eu não sei quem te cá traz...
Brísida – Peço-vo-lo de giolhos! (joelhos)
Cuidais que trago piolhos,
anjo de Deos, minha rosa?
Eu sô aquela preciosa
que dava as moças a molhos,
a que criava as meninas
pera os cónegos da Sé...
Passai-me, por vossa fé,
meu amor, minhas boninas, (margaridas)
olhos de perlinhas finas!
E eu som apostolada,
angelada e martelada,
e fiz cousas mui divinas.
Santa Úrsula nom converteu
tantas cachopas como eu (...)” (meninas, raparigas)

Comentário
Brísida Vaz tenta convencer o Anjo a deixá-la entrar na barca celeste. Usando linguagem vulgar, como se o Anjo fosse um dos seus clientes, chama-o de “meu amor, minhas boninas”, e afirma que espera salvar-se porque “criava as meninas” (prostitutas) para os padres da Sé -- outra crítica do autor aos maus sacerdotes.

Quanto mais se lê, mais sábio você fica !

Nome: Carolina Alves de Carvalho.
Idade: 15 anos.
Cidade: Caetité-BAHIA.
Escola: CIEC-Centro Integrado de Ensino de Caetité.
Série: 1ª Ensino-Médio.


Texto Introdutório
(O Auto da Barca do Inferno)


O Auto da Barca do Inferno é uma complexa alegoria dramática de Gil Vicente, representada pela primeira vez em 1517. É a primeira parte da chamada trilogia das Barcas (sendo que a segunda e a terceira são respectivamente o Auto da Barca do Purgatório e o Auto da Barca da Glória). Os especialistas classificam-na como moralidade, mesmo que muitas vezes se aproxime da farsa. Ela proporciona uma amostra do que era a sociedade lisboeta das décadas iniciais do século XVI, embora alguns dos assuntos que cobre sejam pertinentes na atualidade. Diz-se "Barca do Inferno", porque quase todos os candidatos às duas barcas em cena – a do Inferno, com o seu Diabo, e a da Glória, com o Anjo – seguem na primeira. De fato, contudo, ela é muito mais o auto do julgamento das almas.
A peça inicia-se num porto imaginário, onde se encontram as duas barcas, a Barca do Inferno, cuja tripulação é o Diabo e o seu Companheiro, e a Barca da Glória, tendo como tripulação um Anjo na proa.
Apresentam-se a julgamento as seguintes personagens:

• um Fidalgo;
• um Onzeneiro (homem que vivia de emprestar dinheiro a juros muito elevados naquela época, um agiota);
• um Sapateiro de nome Joanantão, que parece ser abastado, talvez dono de oficina;
• Joane, um Parvo, tolo, vivia simples e inconscientemente;
• um Frade cortesão, Frei Babriel, com a sua "dama" Florença;
• Brísida Vaz, uma alcoviteira;
• um Judeu usurário chamado Semifará;
• um Corregedor e um Procurador, altos funcionários da Justiça;
• um Enforcado;
• quatro Cavaleiros que morreram a combater pela fé.

Cada personagem discute com o Diabo e com o Anjo para qual das barcas entrará. No final, só os Quatro Cavaleiros e o Parvo entram na Barca da Glória (embora este último permaneça toda a ação no cais, numa espécie de Purgatório), todos os outros rumam ao Inferno. O Parvo fica no cais, o que nos transmite a ideia de que era uma pessoa bastante simples e humilde, mas que havia pecado. O principal objetivo pelo qual fica no cais é para animar a cena e ajudar o Anjo a julgar as restantes personagens, é como que uma 2ª voz de Gil Vicente. A presença ou ausência do Parvo no Purgatório aquando do fim da peça acaba por ser pouco explícita, uma vez que esta acaba com a entrada dos Cavaleiros na barca do Anjo sem que existissem quaisquer outros comentários do Anjo ou do Parvo sobre o seu destino final.

Gil Vicente


Gil Vicente nasceu no reinado de D.Afonso V, presenciou os reinados de D.João II e D. Manuel I e morreu em meados do reinado de D.João III. Não são conhecidas as datas de seu nascimento e de sua morte, mas, provalvelmente, nasceu em torno de 1465 e deve ter morrido entre 1536 e 1540, pois a última notícia que temos dele ocorre naquela data (1536: encenação de sua última peça, Floresta de Enganos; sua primeira peça, o Monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação, fora encenada em 1502). A identificação do poeta com um importante ourives (o “Mestre da Balança” ), seu contemporâneo e homônimo, é problemática, seja porque faltam informações conclusivas a respeito, seja porque os artesãos em geral são tratados no teatro vicentino com muito pouca simpatia (como se vê no caso do Sapateiro do Auto da Barca do Inferno).

Minha Opinião sobre o livro

O livro é legal, meio complicado de se entender, mas embora a linguagem dramática que ele transmite seja densa, é fácil de se imaginar toda a história. Um purgatório onde existe Diabo e Anjo, um lado ruim e outro bom. E duas barcas, a do “mau” e a do “bem”. O livro é importante, pois mostra um lado que outros romances não mostram, o lado imaginário e do que muita gente acredita ou não. È interessante, para quem quer acreditar e imaginar como tudo isso seria, se fosse verdade.
O livro é contado de uma maneira complicada, pois é um diálogo, entre todos os personagens em suas devidas cenas. O autor do livro, quis mostrar esse lado diferente, que talvez muitos não consigam acreditar que pode existir. A maneira de escolher o caminho, para onde ir, no caso do livro, a barca para qual entrar. Uma literatura curiosa, onde você pode tirar dúvidas que talvez nunca importasse tanto, mas que ao ler, você passa a se interessar.

Quanto mais se lê, mais sábio você fica !

Sou quem sou, porque sou...

Sou quem sou, porque sou... Meu nome é Pablo Uale de Carvalho Silva, morador de uma pequena cidade do interior: Caetité; gosto de ler best-sellers e alguns livros épicos, de guerra e de romance (exceções), gosto bastante de assistir filmes e curtir com a galera, gosto de ir para escola, só não posso afirmar que gosto de estudar, apesar de falarem que eu passo o tempo todo livre estudando (até parece). Tenho 14 anos! Quem é que na minha idade gosta de fazer atividades escolares (exceções 2), estudo no Centro Integrado de Ensino de Caetité e curso a 1ª série do Ensino Médio e isso é tudo, ou quase tudo!

O livro “Auto da Barca do Inferno” retrata do paralelo entre o céu e o inferno, sua linguagem é bastante complicada, por ter sido representada pela primeira vez no ano de 1517, século XVI e ainda ser em forma de poema, daí você tira como o livro é velho, o Brasil tinha sido acabado de ser descoberto e anos depois nós temos que lê-lo, mas fala de assunto bem legal de ser discutido, o bem o mal, o céu e o inferno ou como acha melhor chamá-los, que no caso é algo concreto, mas que representa uma realidade abstrata, o livro tira um pouco do estereótipo de purgatório e Deus ser quem vai nos julgar lá no céu, não que todos pensam dessa forma. O livro mostra uma visão critica perante a sociedade daquele tempo, em vista de abrir os olhos das pessoas daquela época e as fazer pensar se de fato será assim, e no cais onde fica o anjo e o diabo com seus barcos há um tipo de julgamento onde só o anjo absolve. O primeiro personagem que chega é um fidalgo acompanhado por um pajem que leva a calda da roupa do Fidalgo e também uma cadeira, para seu encosto. O diabo disse que aquela barca com certeza era ideal para ele, devido a sua impertinência. O fidalgo tenta achar outra barca, no caso a do céu, mas o anjo não deixa ele entrar porque não tinha espaço para seu mal caráter então o fidalgo embarca na barca do inferno e o diabo despensa o pajem e fala que ainda não é sua hora, e assim se segue a história, com os personagens levando coisas que vai ajudara ser julgado melhor. Logo a seguir, veio um agiota que questionou ao Diabo, para onde ele iria conduzir aquela barca. O Diabo querendo conduzi-lo a sua barca, perguntou por que ele tinha demorado tanto, e o Agiota afirmou que havia sido devido ao dinheiro que ele queria ganhar, mas que foi por causa dele que ele havia morrido e que não sobrou nem um pouco para pagar ao barqueiro. O Agiota não quis entrar na barca do Diabo, então resolveu dirigir-se à barca do céu. Chegando até a barca divina, ele pergunta ao Anjo se ele poderia embarcar, mas o Anjo afirmou que por ele, o Agiota não entraria em sua barca, por ter roubado muito e por ser ganancioso. Mais uma alma se aproxima desta vez era um Parvo, um homem tolo que perguntou se aquela barca era a barca dos tolos. O Diabo afirmou que era a barca dos tolos e que ele deveria entrar, mas o Parvo ficou reclamando que morreu na hora errada e o Diabo perguntou do que ele havia morrido, e o Parvo sendo muito sutil respondeu que havia sido de caganeira. O Parvo ao saber aonde aquela barca iria, começou a insultar o Diabo e foi tentar embarcar na barca divina. O Anjo falou que se ele quisesse, poderia entrar, pois ele não havia feito nada de mal em sua vida, mas disse para esperar para ver se tinha mais alguém que merecia entrar na barca divina. O sapateiro tenta enrolar o Diabo, dizendo que ali ele não entraria, pois ele sempre se confessava, mas o Diabo joga toda a verdade na sua cara e o manda entrar logo em sua barca. O sapateiro tenta lhe dizer todas as feitorias que havia feito, na tentativa de conseguir entrar no batel do céu, mas o Anjo lhe diz que a "carga" que ele trazia não entraria em sua barca e que o batel do Inferno era perfeito para ele. Chega um Frade, junto de uma moça O Diabo perguntou se a moça que ele trazia era dele e se no convento não censuravam tal tipo de coisa. O Frade por sua vez diz que todo no convento são tão pecadores como ele e aproveitou para perguntar para onde aquela barca iria. Ao saber para onde iria, ficou inconformado. O Frade resolve puxar a moça para irem ao batel do Céu, mas lá se encontram com o Parvo, que pergunta se ele havia roubado aquela espada que ele carregava. O Frade completamente arrasado, finalmente se convence que seu destino é o inferno. Em seguida a Alcoviteira Brísida Vaz (cafetina e bruxa), o judeu, o Corregedor (juiz), o Procurador (promotor) e o enforcado são todos condenados ao inferno por seus pecados, que achavam pouco ou compensados por visitas a Igreja e esmolas Um a um eles aproximam-se do Diabo, carregando o que na vida lhes pesou. Perguntam para onde vai à barca; ao saber que vai para o inferno ficam horrorizados e se dizem merecedores do Céu. Aproximam-se então do Anjo que os condena ao inferno por seus pecados. Apenas o Parvo é absolvido pelo Anjo. E a quatro cavaleiros que sequer são acusados, pois deram a vida pela Igreja. A Brísida Vaz é um misto de alcoviteira e feiticeira. Por sua devassidão e falta de escrúpulos, é condenada. O Judeu entra acompanhado de seu bode. Deplorado por todos, até mesmo pelo Diabo que quase se recusa a levá-lo, é igualmente condenado, inclusive por não seguir os preceitos religiosos da fé cristã. Bom lembrar que, durante o reinado de D. Manuel, houve uma perseguição aos judeus visando à sua expulsão do território português; alguns se foram, carregando grandes fortunas; outros se converteram ao cristianismo, sendo tachados cristãos novos. O corregedor e o procurador ambos representantes do judiciário. Juiz e advogado deviam ser exemplos de bom comportamento e acabam sendo condenados justamente por serem tão imorais quanto os mais imorais dos mortais, manipulando a justiça de acordo com as propinas recebidas. O enforcado chega ao batel, acredita ter o perdão garantido: seu julgamento terreno e posterior condenação à morte o teriam redimido de seus pecados, mas é condenado também a ir para o Inferno. E por fim os cavaleiros que são todos julgados e perdoados. Lembrando que cada um dos personagens focalizados adentra a morte com seus instrumentos terrenos, são venais, inconscientes e por causa de seus pecados não atingem a Glória, a salvação eterna. Destaque deve ser feito à figura do Diabo, personagem vigorosa que conhece a arte de persuadir, é ágil no ataque, zomba, retruca, argumenta e penetra nas consciências humanas. Ao Diabo cabe denunciar os vícios e as fraquezas, sendo o personagem mais importante na crítica que Gil Vicente tece de sua época. E é o que acontece hoje o diabo tenta persuadir aqueles não dignos de adentrar no reino de Deus.

Auto da Barca do Inferno

O primeiro livro estudado pela turma e comentado com posts para esse blog foi o Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente.

Essa é uma obra que foi escrita no período de transição da Idade Média para a Idade Moderna. Gil Vicente, autor desse 'auto' - designação para pequena representação teatral que na Idade Média tinha o caráter religioso - escreve essa peça justamente no momento de transição dos valores medievais para a valorição do homem e, por isso, a obra traz o conflito do pensamento em Deus e a exaltação do homem livre.

Várias personagens surgem e são 'julgadas' pelos dois comandantes das barcas que estão ancoradas em um porto imaginário: o anjo e o diabo.

Historicamente, diz-se que essa peça foi encenada pela primeira vez em 1517, para a Rainha D. Maria de Castela que encontrava-se doente. Ao longo dos séculos percebemos a importância dessa obra e, por isso, vamos aqui comentá-la.

Boa viagem!!!

(Por Valeska Gumes)

Atenção senhores passageiros dessa viagem pelo mundo das letras!

Era uma vez uma turma de um certo Colégio em uma cidadezinha de um Estado lá num país de um tal Planeta Terra.

Essa turma um dia criou um blog com a intenção de postar seus comentários sobre as obras literárias que estava lendo e sabe o que acabou acontecendo? Sucesso!!!

Eis aqui o blog dessa turma: Odisseia Literária.

E a turma, ah!! a turma...Sabe, leitores amigos, trata-se do 1º ano do Ensino Médio do Centro Integrado de Ensino de Caetité, em Caetité - Bahia.

A partir de agora, vamos todos embarcar nessa viagem, uma verdadeira Odisseia Literária.

Acomodem-se em suas poltronas, apertem os cintos e descubram o mundo das personagens da Literatura Universal.

Boa viagem!!!


Bjoss, Valeska



(Blog iniciado a partir das aulas de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira da Professora Valeska Cardoso Sapucaia Gumes)